Floresta circular*
coberta por um lençol de luz e tempo
visões do mar das formas
desenhadas no manto
de olhares extintos
flutuando na matéria escura
outra vez celestes
no cume silencioso
acima do céu
nume inacessível
de ininteligíveis estrelas
para onde vamos
ir e retornar
subir e afundar
perdidas as grandes sensações quando o tempo era
água imóvel
como o passado
invenção da investigação
de um sonho
que dissolve espaços e tempos
e também
este, distraído e intenso
pó de luz
que foge para o sono
sendo amor
que foge para o sonho.
*Reproduzido de https://www.revistaprosaversoearte.com
Marcelo Ariel, poeta brasileiro