
Os curtas "Entraves", ficção; e "Uterus Mundus", documentário; de Marithê Azevedo, serão exibidos no Sesc Arsenal na quarta-feira (25), a partir das 18h30. Após a exibição haverá uma conversa com a diretora e as convidadas: a escritora Divanize Carbonieri e a artista plástica Vitória Basaia. O bate papo se intitula "Poética fílmica em diálogo com as artes plásticas e a literatura", já que o filme "Entraves" é inspirado num poema de Divanize Carbonieri, enquanto "Uterus Mundus" é sobre a poética de Vitória Basaia.
Marithê Azevedo aponta o diálogo entre artes como profícuo para a criação das poéticas fílmicas. “Não tem como fugir da contaminação. Condensação, repetição, elipses, suspensão, deslocamentos, gradação e a produção de efeitos de estranhamento são procedimentos poéticos que ocorrem tanto na literatura como no cinema e também nas artes plásticas.” E ela reforça que o diálogo pode se dar como transcriação, inspiração, adaptação ou tradução intersemiótica.
"Entraves", de 7 minutos, foi realizado com recursos da Aldir Blanc municipal. É uma provocação, quando traz, num programa de rádio para mulheres, os 18 conselhos para a boa esposa publicado numa revista americana dos anos 1950, época em que as cozinhas eram entupidas de eletrodomésticos pra mulher ficar em casa, a tal “rainha do lar”. O papel da personagem Karen é vivido pela atriz Karina Figueredo. Os locutores de rádio são Luiz Marchetti e Alair Fernando. A fotografia é de João Carlos Bertolli e a música de Cristina Dignart.
O documentário "Uterus Mundus" é um curta de 22 minutos, sobre a obra da artista plástica Vitória Basaia, realizado com recursos da Lei Aldir Blanc, edital MT Nascentes da SECEL. Para a realização do documentário, Marithê Azevedo diz que criou uma poética singular, específica, para revelar o universo de Basaia, guiada pelas ideias de "Uterus e Mundus", que procura expressar dois dos principais traços do seu trabalho – a tematização do feminino (uterus) e a criação de uma cosmogonia (mundus).

Sobre o curta, Basaia comenta: “Ela conseguiu captar e ver até o que está escondido em mim.” A professora Angela Fontana chama o o filme de perturbador: “Agita e desarranja. Sacode”. Já a editora Maria Teresa Carracedo afirma: “neste documentário poético entramos na intimidade de uma artista intensa, visceral, inquieta, compulsiva. Sempre pensei como seria maravilhoso que muitas pessoas pudessem 'entrar' nas diversas salas da grande e misteriosa ‘caverna’ de Vitória Basaia. Imaginava que essa experiência sensorial só seria possível com uma visitação presencial à sua casa-ateliê-museu-galeria. Me enganei. "Uterus Mundus" proporciona essa imersão a milhares de pessoas.”
A fotografia é de Rosano Mauro, a direção de produção de Carol Araújo e a música de Cristina Dignart. Tem a participação de Aline Figueiredo, Serafim Bertoloto, Ludmila Brandão, Adriana Milano e Julio César Carvalho.
Sobre a diretora
Maria Thereza Azevedo - a Marithê, é cineasta, doutora em artes cênicas pela USP. É pesquisadora da UFMT, associada no programa de pós-graduação em Estudos de Cultura Contemporânea-ECCO (Mestrado e Doutorado), e líder do Grupo de Pesquisa: Artes Hibridas, intersecções, contaminações, transversalidades. (*com assessoria)

SERVIÇO
O QUE: exibição dos curtas "Entraves" e "Uterus Mundus", de Marithê Azevedo, e diálogos com as artistas Divanize Carbonieri e Vitória Basaia na sequência
QUANDO: quarta-feira (25), a partir das 18h30
QUANTO: entrada franca
ONDE: Sesc Arsenal