![]() |
|
Quarta, 07 de novembro de 2012, 22h00 Ronaldo de Castro A Água A água corre a distância cilíndrica e num jato frio morre na boca nívea da pia A esponja mineral do canteiro chupa a água O esgoto é sepultura das águas desta cidade que lavam ruas e sexos e a sede matam também Pluvial ou água clorada a água líquida informe são as formas diluídas de sorrisos naufragados Quando o gelo é água dura engarrafada é pileque no rio é casa de peixe no céu é nuvem equestre no mar pode ser salitre Água água sempre água deslizante fugidia água benta batizando água suja intoxicando água quente e água fria Já que a seca é falta d´água matando plantas e bichos a humanidade é pau-d´água Água água sempre água Ronaldo de Castro, poeta mato-grossense (1941-2001) |
|
Fonte: Tyrannus Melancholicus Visite o website: https://www.tyrannusmelancholicus.com.br/ |