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O trabalho resultou em mais de 70 entrevistas, entre artistas admiradores e profissionais da música que tiveram a oportunidade de conviver com ela. O diagnóstico final apresenta uma mulher à frente do seu tempo, bem informada, culta, politizada e conhecedora de idiomas, de forma autodidata. Isso, considerando que ela cursou apenas o antigo curso primário.
Adiléia Silva da Rocha era o seu nome verdadeiro. Morreu de enfarte aos 29 anos, o que impediu que deixasse obra mais extensa. Entretanto, são contabilizadas 850 regravações até os dias atuais. Entre 2009 e 2010, Rodrigo foi produtor de uma caixa com oito CDs com as músicas compostas ou apenas interpretadas por Dolores Duran. Esse trabalho fez mudar seu conceito em torno de Dolores. “Antes, eu achava a Dolores basicamente uma grande compositora e letrista, que tinha também algumas boas gravações como cantora. Desde que comecei a colher os depoimentos para a caixa de CDs, isso mudou”, disse Faour em entrevista à Agência Brasil.
Desventuras amorosas e a vida boemia, claro que estão discorridas no livro. Também é traçado um panorama do Rio de Janeiro e do próprio Brasil da década de 50. Rodrigo Faour já publicou biografias de Cauby Peixoto e Claudette Soares. É também autor do livro "Revista do Rádio e a História Sexual da MPB", que vasculha a evolução do comportamento sexual no cancioneiro do Brasil.