Poeta noturno*
Eu mato o tempo fingindo fazer versos filosóficos
Cheio de dúvidas que povoam minha alma,
Mas sigo o caminho tortuoso dos que vestem calma
Ou se fantasiam de atormentados fantasmas
E escrevem quadras que não dizem nada
A não ser o que já foi dito ou reeditado.
Um passatempo, jogo bobo de dados
Ou um velho baralho de cartas marcadas.
*Poema reproduzido do site http://www.antoniomiranda.com.br/
raphael mesquita

Alceu Paiva Valença nasceu em São Bento do Una (PE). Formado em Direito, mas também atuou como jornalista, em 1969, desiste dessas profissões e passa a se dedicar à música, tornando-se um idolatrado e premiado cantor e compositor. Para além das letras que escreveu para suas canções, e de alguns filmes em que participou, Alceu lançou, em 2015, um livro de poesias - "O Poeta da Madrugada", cujos versos mereceram do escritor angolano José Eduardo Agualusa, no prefácio da obra, seguinte comentário: "já trazem consigo a música, uma melodia interna, que permanece em nós, que continua reverberando em nós, mesmo depois que nos afastamos deles"